“IMPACTOS DA POBREZA NA DESIGUALDADE DE GÊNERO DAS FAMÍLIAS CAMPONESAS DO SEMIÁRIDO”,

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O Centro de Agroecologia no Semiárido (CASA), realizou nos dias 20 e 21/05, a oficina do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).

A oficina intitulada “Impactos da pobreza na desigualdade de gênero das famílias camponesas do Semiárido”, realizada nos municípios de Guanambi e Sebastião Laranjeiras, teve como objetivo refletir sobre o perfil das famílias beneficiárias das tecnologias sociais de captação de água para produção de alimentos e com Fomento (recurso para construção e/ou melhoramento dos agroecossistemas/quintais produtivos), através do Projeto P1+2 / AP1MC – Associação Programa Um Milhão de Cisternas (ASA Brasil) / BNDES/MDS / FOMENTO.

O referido projeto, que tem duração de dois anos, está atendendo 200 famílias: 100 em Guanambi e 100 Sebastião Laranjeiras. Desse total, 70 famílias (foco do estudo desta oficina), estão em situação de maior vulnerabilidade social. Estas, além das tecnologias sociais, também estão acessando o Fomento e serão acompanhadas durante um ano, através do Serviço de Acompanhamento Familiar (SAF).

Durante os dois dias, buscou-se aprofundar as reflexões sobre os elementos geradores da pobreza no Semiárido Brasileiro, sobretudo a redução e cortes orçamentários em políticas e programas sociais, as condições de vulnerabilidade e isolamento social, os impactos do agraonegócio e de projetos de infraestrutura, a migração sazonal e êxodo rural e desigualdades de gênero. Sobre este último elemento, buscou-se compreender aspectos como invisibilização do trabalho da mulher, a “face feminina da pobreza”, violência de gênero, condições de saúde e o papel da mulher no fortalecimento dos agroecossistemas e na economia familiar e local.

A oficina foi dividida em dois momentos. No primeiro dia, a equipe técnica do CASA, responsável pela execução do programa, junto com a assessoria técnica da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), realizou visitas às famílias, em comunidades dos municípios de Sebastião Laranjeiras e Guanambi. As visitas tiveram como propósito, compreender melhor a realidade e levantar informações que pudessem subsidiar o cumprimento do objetivo da oficina, a partir do contar e do olhar das próprias famílias envolvidas no processo.

No segundo dia, as atividades foram realizadas em Guanambi, na sede do CASA, com participação de todas as equipes técnicas e membros da diretoria do CASA, da assessoria técnica da ASA e de representantes das Comissões Executivas Municipais (CEM).

Na parte da manhã, Juliano Vilas Boas, comunicador popular do CASA, fez uma contextualização da área de abrangência do projeto, apresentando aspectos centrais que contribuíram para a geração da pobreza e aumento das desigualdades sociais na região. Logo após, Tatyane Gomes Marques, membro da diretoria do CASA e professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB – Campus de Guanambi), abordou a Feminização da pobreza na região semiárida, destacando as diversas formas de violência de gênero, as desigualdades sociais, a invisibilização do trabalho da mulher camponesa, bem como as suas lutas para o enfretamento destes processos.

Ainda no período da manhã, Rômulo Tharley, animador de campo, técnico responsável pelo acompanhamento das famílias de Fomento, apresentou um mapa com as coordenadas geográficas, indicando a localização das famílias beneficiárias dos dois municípios, onde foi possível identificar aspectos relevantes, a exemplo do isolamento, concentração fundiária, depredação ambiental, provocada especialmente pelos projetos de monocultivo, entre outros.

No período da tarde, a coordenadora técnica do projeto, Elivânia Benevides, apresentou uma síntese das condições de vida e características coletivas e individuais das famílias atendidas. Esta atividade permitiu às/aos participantes da oficina, relacionarem as reflexões do período da manhã, com a realidade concreta vivenciada pelas famílias em suas comunidades/municípios.

Posterior, Ricardo Araújo, assessor técnico da ASA, responsável pelo acompanhamento à equipe técnica do CASA, na execução deste projeto, contextualizou as ações que envolvem o segundo ano de execução, apresentando elementos importantes pensar estratégias e metodologias de acompanhamento às famílias, que visem amenizar os processos de desigualdade social e de gênero, a partir do fortalecimento das relações familiares/comunitárias e da produção de alimentos saudáveis nos agroecossistemas. Resultado que se espera a partir do SAF, mas também do acesso à políticas públicas de saúde, educação, assistência social, transporte, créditos, entre outras.

Importante destacar a construção coletiva do conhecimento gerada nesta atividade, com destaque para a metodologia de trabalho adotada, permitindo a escuta das mais diversas experiências vivenciadas pelos sujeitos.

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