Uma ligação de convivência…

Uma ligação de convivência…. 

Domingo, 05 de novembro de 2017, céu meio nublado, com algumas nuvens carregadas, como diz na minha terra – meio mormaçado, quase pronto para chover, visto o calor abafado, quase no pino do meio dia, mais precisamente às 11:45. Já chegando a hora do almoço, vibrou o telefone. Sem o nome do contato gravado na agenda telefônica, esperei alguns segundos e logo depois consegui identificar a voz inconfundível da agricultora familiar Doriselma Rodrigues de Souza, moradora da comunidade de Pau de Cangaia, município de Guanambi-BA,  beneficiária da tecnologia social barreiro trincheira familiar de número 011.483, através do Termo de Contrato de Prestação de Serviço (TCPS) 071/2014, executado pelo Centro de Agroecologia no Semiárido (CASA). Atualmente o TCPS é gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) – Governo do Estado da Bahia, através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).

Continuamos a conversa…

Do lado de cá da linha telefônica, de modo mais acelerado o coração pulsava no peito, enquanto escutava por alguns minutos, Doriselma relatar a importância das formações, do intercâmbio de experiências e da tecnologia conquistada. A cada palavra dita por ela, aumentava ainda mais a certeza de que a Articulação Semiárido Brasileiro, da qual o CASA é membro, está no caminho certo – lutar por políticas públicas de Convivência com o Semiárido e acreditar no potencial das famílias como protagonistas de sua transformação, de suas histórias, da própria ação da convivência.

Após cobrar uma visita em sua CASA e ao seu quintal produtivo, muito e alegre e ao mesmo tempo entusiasmada, Doriselma me pediu para procurar no facebook do seu filho Natanael, as fotos da produção de sua família, que conseguira sem a utilização de uma única gota de agrotóxico. Tudo sem veneno.

E no finalzinho da conversa, Doriselma disse: “Vê se não esquece da gente na hora das formação. É só me falar que eu vô, pois é muito importante”. Senti que suas palavras soaram como um convite e ao mesmo tempo um impulso, para não desistirmos da luta e, mesmo sabendo que é uma tarefa árdua, vale à pena continuar insistindo e levar adiante a luta pela convivência com o Semiárido.

E logo depois de nos despedirmos e aparecer na tela do celular a mensagem “chamada terminada”, partilhei com o amigo e companheiro de luta e caminhada Zé Coqueiro, o diálogo que tive com Doriselma. Enquanto conversávamos sobre a importância das ações da ASA e de como a família abraçou a causa da convivência, procurei no fecebook pelo perfil de Natanael, conforme indicou Doriselma. Tentei por várias vezes, mas sem sucesso naquele momento.

Minutos depois, novamente vibrava o celular – uma, duas, três, e mais vezes… eram mensagens do WatsApp. Natanael enviando as fotografias do quintal produtivo da família. Ocasião que nos deixou mais alegres ainda.

Tendo baixado e olhado todas, uma por uma detalhadamente, ficamos encantados com a maravilha que está o quintal, a produção, a criação, mesmo em período de estiagem, provando que é possível viver bem, com qualidade de vida nas terras Semiáridas. O segredo é a convivência.

Assim, vale não nos calarmos e continuarmos insistindo na luta por um Semiárido vivo, sem nenhum direito a menos. Por mais política de convivência e menos “combate à seca”.

Reparem a maravilha nas fotos…

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*Imagens: Natanael Gomes Vieira

 

 

 

 

 

 

 

 

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