A troca de experiências é considerada uma das ações mais importantes para o fortalecimento da Política de Convivência com o Semiárido. Esta troca torna-se ainda mais significativa, quando é feita entre os próprios sujeitos atores e atrizes do processo de convivência.

Pensando nesta premissa, o Centro de Agroecologia no Semiárido (CASA) organizou na última quinta-feira (25/10), um intercâmbio de experiências na Escola Família Agrícola (EFA) de Riacho de Santana-BA, mais precisamente no espaço da Associação Beneficente Promocional Agrícola de Riacho de Santana (ABEPARS), com 18 famílias do município de Guanambi-BA, residentes nas comunidades de Lagoa do Sal, Carnaíba de Dentro, Teiú e Morro da Inácia II. As famílias são beneficiárias das tecnologias sociais de captação de água de chuva (cisternas calçadão e enxurrada 52 mil litros) para a produção de alimentos agroecológicos, através da parceria entre o CASA e Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

Conduzidas por monitores/as, direção e estudantes da ABEPARS, as famílias tiveram a oportunidade de visitar áreas de produção de hortaliças, pomar, pocilga, viveiro de mudas, plantas medicinais, minhocário e a tecnologia biodigestor, utilizada para o reaproveitamento da água de uso doméstico (pias, chuveiro e vaso sanitário) para regar o pomar e também para produção de gás de cozinha, com o aproveitamento dos dejetos humanos.

O momento também foi oportuno para dialogar sobre identidade e educação do campo contextualizada para a convivência com o Semiárido “como direito e não como esmola”, e também sobre a identidade dos sujeitos do campo, sobre o papel das tecnologias sociais para a produção de alimentos, com foco na segurança alimentar e nutricional, fortalecimento e equilíbrio das relações de trabalho no âmbito da agricultura familiar e ampliação da renda, com comercialização da produção excedente em espaços estratégicos como feiras e programas institucionais, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Por: Juliano Vilas Boas

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